Wladimir Martins 26/05/2021

Como construir uma gestão inclusiva?

Quando se trata do gerenciamento de pessoas existe uma grande variedade de habilidades a serem exercitadas pelo líder em questão para que essa mesma gestão seja de fato efetiva e saudável e não apenas uma tirania corporativa. Dentre essas habilidades tão importantes, uma que é frequentemente posta de lado mas que ao mesmo também possui maior urgência de priorização é a prática da inclusão como parte da sua gestão. Quando falamos em inclusão, precisamos alcançar a raiz do problema e abraçar não apenas um ou outro grupo marginalizado, mas todos os que se encontram atualmente em quantidades assustadoramente pequenas no mercado de trabalho.

Esses grupos incluem desde mulheres em cargos mais altos de gerência ou presidência, até pessoas gordas, negras, trans e portadoras de algum tipo de deficiência. Indiscutivelmente todas essas pessoas possuem habilidades e competências em igual ou até maior nível do que o restante das pessoas pertencentes a grupos não citados, mas apesar disso elas continuam sendo mantidas distantes de alguns cargos ou funções, principalmente as de maior status. Algumas chegam inclusive a serem descartadas precocemente ainda no período das seleções e recrutamentos. O preconceito e a discriminação existe e não apenas existe como se manifesta de forma brutal nos meios corporativos e industriais.

Mas estando ciente então do tamanho da desigualdade e injustiça às quais essas pessoas excluídas são submetidas todos os dias, o que estaria ao seu alcance fazer para contemplá-las? A resposta é bem simples: Muitas coisas podem ser feitas!

Você gestor, que usufrui de uma posição de maior autonomia e que conta consequentemente com maiores privilégios precisa reavaliar os métodos de recrutamento da sua empresa, primeiramente. As pessoas estão sendo selecionadas mediante os atributos corretos e justos que a fariam merecedoras da respectiva vaga? Essas mesmas pessoas estão tendo as mesmas oportunidades de demonstrar suas habilidades e conhecimento? A reflexão é simples e o questionamento é básico, mas uma pequena mudança na metodologia de seleção e recolocação de funcionários seria um ótimo primeiro passo na busca por inclusão.

Prosseguindo, devemos sempre ter em mente que o mercado de trabalho já encontra-se desigual e tem sido durante muitos milhares de anos, correto? Então por milhares anos essas mesmas pessoas foram deixadas de lado e sofrem atualmente com os reflexos dessas marginalização. Então o mais indicado seria de fato buscar reparar esse distanciamento absurdo entre a acessibilidade de uns e de outros. Essa reparação histórica pode facilmente ser feita adotam-se políticas inclusivas voltadas especificamente para cada grupo marginalizado de pessoas. Por exemplo, uma seleção para determinada vaga que inclua apenas pessoas negras, por exemplo. Ou uma outra determinada vaga que inclua apenas pessoas trans. Ou ainda, uma promoção no trabalho que seja designada apenas a funcionárias mulheres que exercem aquela função. Pode parecer absurdo ouvir essas estratégias quando estamos ouvindo do alto do nosso privilégio racial e de classe, mas acredite quando falamos que essas medidas não chegam, nem mesmo perto de tudo o que podemos e devemos fazer para tentar incluir essas pessoas, em lugares onde infelizmente elas não estão presentes em grandes números. Se em suas mãos existe a oportunidade de ajudar pessoas, por que você não faria isso?



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